Monday, May 19, 2008

O Dia das Mentiras


Foi no dia 16 de Maio que a autarquia de Lagoa recebeu o espectáculo “O Dia das Mentiras”, encenado por Fernando e baseado num texto de Rui Mendes a partir de dois textos de Almeida Garrett.
O pano abriu e o público deparou com um cenário pouco usual. Um cenário de época, retratando o interior de um hotel em Lisboa no ano de 1932, da autoria de Fernando Gomes, enquadra o espectador no tempo da acção. Rui Mendes recriou O noivado no Dafundo e Falar verdade a Mentir, reenquadrando-os num musical passado na época do começo da ditadura em Portugal. A cena acontece no dia da tomada de posse de Presidente do Conselho de Ministros por António de Oliveira Salazar. Esse momento foi sendo anunciado ao longo do espectáculo com a introdução de registos magnéticos que as personagens ouviam através da sua telefonia. O autor fez o cruzamento desse dia, que foi o grande dia das mentiras para o país, com as comédias de Garrett. A vida do país real tinha de ser encarada como uma comédia, dada a dimensão trágica do contexto político-social. O português médio ocupava-se de ninharias, esquecendo-se do grande perigo que ameaçava o país. As aparências, o faz de conta, as ilusões de uma classe média baixa que se antevia numa outra estratificação são uma realidade temporalmente transversal e Garrett escreveu estes textos no princípio do séc. XIX como o poderia ter feito na primeira metade do séc. XX ou mesmo nos dias de hoje. A “glória de mandar e a vã cobiça” acompanham a humanidade, impedindo-a de ter a consciência crítica em pleno para poder discernir os perigos de uma ditadura que se disfarça de democracia, contribuindo para o atraso de um povo. Num mesmo hotel de Lisboa cruzam-se duas histórias imaginadas por Almeida Garrett: o casamento festivo da filha de um comerciante das ruas da Baixa alfacinha; e o encontro entre um pai e uma filha que acabam de chegar do Porto, com o galã lisboeta com quem ela sonha casar. Só que o jovem tem um enorme defeito: mente a torto e a direito. Tanto num caso como no outro as coisas não correm nada bem e as peripécias que acontecem acabam em engraçadíssimas situações de comédia. Verdades e mentiras misturam-se por entre os corredores deste hotel que cruza a história da comédia de costumes lisboeta com a tragédia anunciada de um país à beira de ser consumido pela ditadura.
O elenco, constituído por Ângela Pinto, Bruno Batista, Elsa Galvão, Igor Sampaio, Joana Brandão, João Braz, João Didelet, Luís Mascarenhas, Rogério Vieira, Rui Santos e Sofia Petinga, está equilibrado, notando-se ao longo de todo o espectáculo uma grande e bonita cumplicidade entre os actores. As canções, da autoria de João Paulo Soares, as coreografias, as brincadeiras anunciaram-nos uma ligação afectiva que foi sendo construída ao longo de alguns meses. Mas João Didelet destacou-se mostrando a multiplicidade de personagens que foi capaz de interpretar para conseguir tornar verdade as mentiras construídas por um dos galãs do espectáculo. Muito interessante o pormenor das fotografias retiradas às personagens quando estas entram em cena. O cenário realista transportou o espectador para a ambiência fascinante dos anos 30 bem como o guarda-roupa cuidado da autoria de Rafaela Mapril.
Prestando mais atenção ao actor de Lagoa, formado por encenadores como Figueira Cid e Rui Sérgio através da Associação Ideias do Levante, pode dizer-se que foi com muita emoção que o público de Lagoa viu um dos seus filhos integrar-se numa estrutura de renome da capital, voltando à sua terra natal com uma prestação digna de registo. O paquete, personagem interpretada por Bruno Baptista, presente ao longo de todo o espectáculo, é o suporte essencial de toda a companhia. Consegue perceber-se a procura de seriedade da personagem, pois notou-se alguma diferença entre a sessão apresentada em directo pela RTP no dia 27 de Março e a sessão de Lagoa. Bruno Baptista esteve mais sóbrio, não perdendo, contudo, o toque burlesco próprio da personagem. Bruno Baptista faz o retrato da sua própria personagem: "Gomes é um rapaz que nunca gostou de fazer nada. O seu pai ,não sabendo o que fazer com ele, falou com o seu amigo Ezequiel que era dono de um Hotel em Lisboa, e arranjou trabalho ao seu filho como paquete no Hotel. E assim lá foi o Gomes para Lisboa trabalhar. A vontade de fazer alguma coisa no Hotel é pouca. Gomes arrasta-se pelos corredores do hotel e faz tudo muito lentamente. O seu patrão, Ezequiel por vezes quase perde a paciência. Gomes não tem um feitio fácil, respondendo muitas vezes de forma imprevista às pessoas, sendo até arrogante e malcriado. Afinal, ele detesta que lhe dêem ordens ou que se "armem em importantes". Outra coisa que também detesta é que lhe chamem "menino". Ah, e também não suporta portas abertas pois acha que provocam correntes de ar. Quanto ao que ele gosta...bem, para além de não fazer nada, gosta também de escutar as conversas dos hospedes do Hotel, gosta de quem aprecie um bom vinho, bebendo também o seu copinho (apesar de ter de o fazer às escondidas pois Ezequiel não quer os empregados a beber). A relação com o seu patrão, Ezequiel, é de amor/ódio. Ezequiel é um segundo pai para o Gomes. Gomes até simpatiza com ele mas detesta receber ordens ou ser apressado nos seus afazeres." No final o público que lotou o auditório municipal de Lagoa aplaudiu entusiasticamente o espectáculo, acarinhando o actor que viu crescer em prestações que ficaram na memória da história cultural daquele concelho como Afonso III, de Ernesto Leal encenado por Figueira Cid ou O Solário, de Fernando Augusto, encenado por Rui Sérgio. Bruno Baptista falou com emoção da sua prestação neste espectáculo: “Quase não acredito no que me está a acontecer. Trabalhar a sério no teatro sempre foi um sonho de criança. Vê-lo agora concretizado desta maneira e com os actores que sempre admirei deixa-me muito feliz e quase sem palavras. Sinto-me mais vivo do que nunca. Afinal, viver é lutar para concretizar os sonhos. As emoções e os sentimentos estão ao rubro.” Entrando nesta produção devido a um acaso ocorrido no espectáculo A desobediência, também encenado por Rui Mendes, no qual fazia uma figuração, a vida foi acontecendo como se estivesse dentro de uma das histórias que se habituou a contar no Algarve. Todos esperamos que a história tenha um final feliz porque sabemos que Bruno Baptista o merece. Parabéns Bruno!

Mar Encantado


A Companhia Mar Encantado apresentou em Albufeira o espectáculo “Uma Aventura no Fundo do Mar”.Este espectáculo, encenado por Jan Gomescom música de Carlos Barreto Xavier, baseia-se no Texto homónimo de José Carlos Completo. O espectáculo revestiu-se de música, dança e, sobretudo, um cenário esplendoroso da autoria de Anésia Medeiros e Neila Kiilli feito de aproveitamento de materiais recicláveis apelando a uma mensagem ecológica de preservação dos oceanos. O espectáculo começa com dois mergulhadores, Patrícia Gaspar e Tiago Nogueira, a acordarem numa praia, recordando-se da aventura que tiveram entre os serem marinhos. O pano está fechado e eles tentam lembrar-se se foi um sonho ou se foi realidade. Verificam que, tendo tido o mesmo sonho, só pode ter sido verdade e convidam a audiência a penetrar nos mistérios dos oceanos, conduzindo-a a uma orgia de cores, própria do fundo do mar. O pano abre e o público penetra no cenário fantástico, todo feito à mão, que recria a beleza do fundo do mar. Vemos as medusas, cardumes de peixes e voltearem no espaço aquático, polvos, cavalos-marinhos nadando entre corais e algas. Os mergulhadores perdem-se no meio de tanta beleza. Denunciados pelas três medusas, defendidas por Ana Lázaro, Ana Penitência e Andreia Ventura, os mergulhadores defrontam-se com Neptuno, o rei dos mares, interpretado por Rui Ventura, que resolve vigar-se deles, aprisionando-os, pois andava zangado com toda a poluição e estragos que os humanos têm provocado. Depois de terem tentado escapar dizendo uma palavra mágica, como no teatro, e verificando que tal não resultava, os mergulhadores foram soltos pelas medusas com uma condição: a de levarem a toda a humanidade a mensagem de preservação dos oceanos. Uma história simples que pretende difundir uma mensagem essencial é suportada, não pela consistência dos actores nem pelo ritmo das canções mas por um cenário deslumbrante. Os adereços cenográficos desta aventura são totalmente feitos a partir de lixo reciclado. Estes cenários são pintados com tintas fluorescentes o que, com a luz negra, produz um efeito absolutamente mágico. Esta é uma das especialidades da Mar Encantado, companhia existente há três anos mas que só agora saltou para o palco - a fabricação manual de cenários e adereços com materiais reciclados. Outra é a execução de workshops para crianças, com temáticas de sensibilização ambiental e reciclagem, ensinando as crianças a fazer artigos úteis a partir de lixo. Totalmente feito a partir de resíduos, trabalhado à mão, um fundo do mar brilhante e mágico ali estava, com rochas, corais, algas, medusas, tubarões e muitos outros peixes e pormenores. Os cenários até encobriram algumas falhas, como a perda da garrafa de oxigénio do mergulhador, recuperada pela mergulhadora, o regresso do mergulhador sem a garrafa de oxigénio, o que, em última instância pode ser perigoso, uma vez que estamos a passar mensagens de vária ordem ao público mais novo. Os seres marinhos podem viver no fundo do mar sem botijas de oxigénio, mas é bom que, mesmo a um nível subliminar, as crianças tenham consciência de que os mergulhadores não sobrevivem se não levarem com eles oxigénio para respirarem debaixo de água.
O aproveitamento do breack dance, muito em voga, foi aceite de forma efusiva pelo público mais jovem, e os figurinos, sobretudo o de Neptuno, fizeram furor entre as crianças. A articulação entre a luz negra, realçando o fluorescente das tintas, e a “luz de aquário”, perfeitamente adequada, possibilitou que, ao mesmo tempo que as crianças tivessem uma consciência do aspecto do fundo do mar, fossem seguindo a história saindo momentaneamente da obscuridade. Nas canções, apesar de haver uma certa vivacidade, a voz da mergulhadora feria um pouco os ouvidos mais sensíveis, uma vez que não dispunha de uma colocação adequada. No geral foi um espectáculo cativante, que conseguiu despertar as crianças para uma mensagem fundamental de defesa dos oceanos e do nosso planeta. No final do espectáculo as cenógrafas explicaram às crianças algumas maneiras de transformar uma garrafa de plástico num tubarão, ou um monte de trapos numa medusa. Uma boa articulação entre o teatro e a educação cívica e ecológica.

Concertos Promenade:Saudades do Futuro

O Teatro Municipal de Faro começou a sua temporada dos concertos Promenade dedicada aos grandes compositores com O Barbeiro de Sevilha», de Gioachino Rossini. Neste concerto, Augusto Miranda, vereador da Cultura de Faro que neste concerto foi a personalidade convidada que sugeriu a obra, enalteceu a iniciativa e, dando voz ao seu entusiasmo mostrou ao público mais jovem como a chamada música erudita pode ser divertida, sem deixar de ser trabalhada e de difícil interpretação. O tenor ajudou à encenação do barbeiro, o que muito divertiu e entusiasmou os mais pequenos.
Um mês mais tarde foi Mozart , o compositor escolhido para atrair os mais jovens para o encanto da música clássica. Vivaldi tomou parte no rol dos grandes compositores, tendo a Orquestra do Algarve apresentado a sua obra mais conhecida, As Quatro Estações. Mendelssonh, com a sinfonia italiana e Bheethoven, com a sua Quinta Sinfonia, deixaram-se ficar para o fim, para melhor se saborearem com os aromas dos dias maiores.
Com Beethoven o Teatro Municipal de Faro decidiu convidar a comunidade holandesa no Algarve a fim de, ao som da rapsódia de Piet Hein, do compositor Peter van Anrooij, exaltar as glórias dos tempos em que rivalizavam com os portugueses as conquistas dos grandes mares.
Neste último evento esteve presente a senhora cônsul da Holanda e o secretário de Estado das Comunidades, que exaltaram as virtudes deste tipo de concertos, colocando a música na sua dimensão verdadeiramente universal.
Depois da jovem plateia ter sido interpelada a chamar a orquestra e o maestro Laurent Wagner, distinto director francês, que há três anos dirige a RTÉ Concert Orquestra em Dublin, pôde ouvir directamente de uma orquestra as quatro notas que se tornaram as mais famosas da música ocidental. E depois das quatro notas iniciais, toda a sinfonia se lhes seguiu, forte, irreverente e heróica, acordando os sentidos dos mais desprevenidos. Os quatro andamentos foram executados pela Orquestra do Algarve com a força que a alma de Beethoven exige à música. E, apesar dos segundos violinos terem tido alguma dificuldade no acompanhamento do ritmo entusiástico do terceiro andamento, a quarta sinfonia conseguiu empolgar o auditório do Teatro das Figuras.
Depois dos andamentos apaixonados de Beethoven a Orquestra do Algarve, em homenagem à comunidade holandesa no Algarve, interpretou a rapsódia de Piet Hein, o almirante da marinha holandesa, que ficou famoso pela conquista dos Galeões da Espanha em 1628. À medida que a música ia evoluindo, o público podia ir apreciando imagens típicas da Holanda, desde os moinhos que suportam os diques até aos campos floridos de túlipas ou às socas de madeira. O orgulho laranja desceu sobre as crianças do Teatro das Figuras sob a forma de balões, substituindo o hino dos concertos promenade.
Os concertos Promenade surgiram em Inglaterra como uma forma de tornar a música acessível a todos os públicos, insinuando-se nos jardins, nas praças, envolvendo as pessoas que, em traje de passeio, ao ar livre, desfrutando da Natureza, podiam juntar às delícias do ar livre o privilégio da boa música. É louvável o esforço que muitos teatros nacionais têm feito, nomeadamente o Teatro das Figuras, no sentido de promover a continuidade destes concertos informais, mas nem por isso menos sérios, contribuindo para a educação de públicos. De realçar as actividades preliminares dedicadas às crianças que o serviço educativo do teatro Municipal de Faro concebe para cada Concerto Promenade.
Resta-nos agora um vazio que se anuncia breve, até ao próximo ciclo deste tipo de concertos destinados à família.

Friday, May 2, 2008

O êxtase da Companhia Nacional de Bailado


Uma coreografia assente na música de Shostakovich é sempre um trabalho perturbador que desencadeia emoções profundas. O que aconteceu no Auditório Municipal de Portimão no passado dia 27 de Abril foi uma confirmação desse bater à porta da nossa emoção. A compania Nacional de Bailado começou o seu espectáculo com a coreografia Front Line, de Henri Oguike com música Música Dimitri Shostakovich - Quarteto de Cordas nº 9 EB major op.117- Desenho de Luz de Guy Hoare eFigurinos de Liliana Mendonça. Esta primeira coreografia, de apenas quinze minutos de duração, foi de uma intensidade perturbadora, dada a técnica dos bailarinos e os ritmos de Shostakovitch. Quinze minutos foi o tempo adequado para apreciar a intensidade daquele encontro entre a música e os corpos. Uma fusão muito bem conseguida, plena de energia de grupo, mostrando uma sincronia perfeita a acompanhar ritmos violentos e fortes. A coreografia de Henri Oguike juntou o corpo ao pulsar da música, permitindo um fluir dos sons também através dos corpos. Aqui se começou a vislumbrar a ligação de Ogike à expressão dramática, quando fez soltar os sons a partir dos seus bailarinos
A segunda coreografia, Lento para quarteto de cordas, de Vasco Wallenkamp, assenta em excertos de obras para cravo de Anton Webern. O magnífico Desenho de Luz foi assinado pelo olhar experiente e poético de Cristina Piedade, desta vez assessorada por Vasco Wellenkamp. Os figurinos tiveram, mais uma vez, a mão de Liliana Mendonça. A cenografia é composta por um pás de deux tocante que exprime a emoção do sentimento amoroso. Os figurinos tomaram uma especial dimensão nesta coreografia, criando uma figura etérea que flutua ao sabor do sentimento amoroso. Não é por acaso que esta coreografia nos evoca alguns momentos do bailado de Olga Roriz Pedro e Inês, uma vez que o desenho de luz foi também concebido por Cristina Piedade. O desenho de luz, a par da música de Webern, foram os intérpretes desta belíssima coreografia. O par de bailarinos dançava com a luz, gerando uma cumplicidade rara. A música, intimista, criava por si só uma atmosfera especial que se intensificava com o desenho de luz. Os corpos formavam o apontamento final, contribuindo com a dimensão humana para a carga orgânica que toda a coreografia já em si continha. Um momento prodigioso. É bem patente o diálogo que, neste caso, os figurinos têm, quer com os bailarinos, quer com a música de Webern. Esta coreografia foi a ideal para despertar no espectador sensações de bem-estar. A música de Webern convidava a uma alegre celebração e os corpos, possuídos de um entusiasmo muito próprio, transmitiam alegria e vontade de viver. A harmonia dos bailarinos que dançavam aquela música conciliadora e anímica, expressa pela coreografia e acompanhada pelos diferentes matizes desenhados pela luz foram a perfeita união de artes para uma coreografia perfeita. O preencher daquele espaço na nossa consciência que corresponde à pulsão de vida: a criação da vontade de viver. Cantata foi um dos grandes momentos da noite. Com Coreografia de Mauro Bigonzetti, Arranjo musical do Gruppo Musicale Assurd, a partir de música original e tradicional do sul de Itália, os figurinos foram concebidos por Helena Medeiros, e desenho de Luz por Carlo Cerri. Esta coreografia fala-nos dos jogos amorosos que existem em alguns grupos rurais. A origem da música está no Sul de Itália, mas poderia estar numa aldeia da Andaluzia ou em Trás-os-Montes. Bigonzetti criou "Cantata" a partir de canções tradicionais napolitanas do século XVIII. Para o coreógrafo italiano, a peça incide nas fortes semelhanças que considera existirem entre a cidade italiana de Nápoles e Lisboa: ambas são cidades litorais, com bairros antigos e mulheres parecidas na beleza, no espírito e no carácter apaixonado. O trabalho começa com uma formação em V, de onde se ouvem apenas as vozes dos bailarinos a entoarem um canto tradicional. Afinados, dentro do ritmo, cantando a duas vozes, introduziram o público no contexto de uma ruralidade quase remota. Depois deste cantar quase sagrado, os bailarinos começaram então a entregar-se à dança. E essa dança, plena de uma tensão sexual, geradora de uma energia especial, foi o retrato da alma latina. Sensuais, barulhentos, desordeiros, apaixonados, os bailarinos mostraram como, a par de uma técnica irrepreensível, mostrar a alma de um povo. Um ritmo alucinante, um sentido de humor constante contagiaram o auditório de uma vontade de dançar. O resultado foi uma ovação de pé por parte do público que quase lotou o Auditório Municipal de Portimão. Uma digna homenagem ao mês na dança neste evento da Dança na Primavera, de Portimão.